.Sobre o autor

Marcelo Soares ingressou no mercado de fotografia profissional há 22 anos, tendo passado por todas as transformações da fotografia neste tempo, desde a mudança do filme para a digitalização até a introdução do conceito de pós-fotografia, com as transformações severas que o meio anda passando com o advento das tecnologias de ultravigilância. Ao terminar o curso de jornalismo da UFPE em 1997, entendeu que deveria seguir o caminho do fotojornalismo, fazendo comunicação por meio das imagens. O jornal foi sua escola fotográfica, onde aprendeu a manusear uma câmera e a ter contato mais forte com a urbe, seus problemas, suas dinâmicas e injustiças. Neste meio tempo, trabalhou em diversos jornais brasileiros como Jornal do Commercio, Diario de Pernambuco (os dois em Recife), Folha de São Paulo, Diario de São Paulo e Diario do Comércio (os três últimos em São Paulo).

Nesta temporada em São Paulo, realizou trabalhos para diversas revistas. Entre elas Revista da Folha; VIP e Viagem e Turismo (Abril); Revista Venice, Trip, entre outras, trabalhando mais com o gênero portrait (retratos). No UOL, fez pautas fotográficas para as editorias de entretenimento e UOL Viagem. Foi neste tempo, morando na maior cidade da América do Sul, que compreendeu melhor os valores que norteiam o crescimento das cidades no Brasil, especialmente as soluções rodoviárias que tornam as metrópoles mais violentas, geralmente para satisfazer a indústria do automóvel e da construção civil. Filmes como “Crash” de David Cronemberg – baseado em livro homônimo de James Graham Ballard – e o livro “Morte e vida das grandes cidades”, de Jane Jacobs, o fizeram levar em consideração o quão este tipo de desenvolvimento é perverso, destruidor da memória histórica da cidade e segregador.

De volta ao Recife, ingressou no grupo Direitos Urbanos em 2011, onde se tornou ativista e fotógrafo, contribuindo com imagens das manifestações para o flickr do grupo. O endereço tinha a contribuição voluntária de diversos fotógrafos e conseguiu contribuir com seu intuito: divulgar a questão do Ocupe Estelita por meio de fotos para jornais, blogs e revistas nacionais e internacionais, além de abastecer o mundo da pesquisa das universidades com imagens, já que se apostava na ferramenta creative commons para difundir a luta contra a concepção do Projeto Novo Recife.

Fez também diversas coberturas de carnaval para sites e jornais, como Terra e Diario de Pernambuco. Tem uma coleção grande de imagens da troça carnavalesca “Enquanto Isso na Sala de Justiça…” com fotos da época de sua fundação (1996) até os dias atuais. Fez também as fotos e edição de imagem do livro “Frevo: transformações ao longo do passo”, da série Batuque Book. Frequenta também a área de moda e música, fotografando editoriais para estilistas de moda e cobrindo diversos festivais de música, fazendo imagens para encartes para cds, além de fotos-divulgação de artistas da aréa.

Recentemente, adentrou também no mundo do audiovisual, tendo feito trabalhos de captação de fotografia e edição de vídeo. Fez a edição dos documentários “Prisão: Imagem da Vingança Social”, dirigido por Augusto Amorim e  “O frevo na rua: Orquestra Maestro Oséas”, com direção de Climério de Oliveira.

Atualmente, desenvolve trabalho de linguagem híbrida entre foto e vídeo focado nas questões de desenvolvimento das cidades. Também tem trabalhos na área documental tendo como temas os mercados públicos do Recife, manifestação cultural dos Bacamarteiros, entre outros temas.

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