.Agradecimentos
– A Leonardo Cisneiros (in memoriam) por ter abastecidos todos da luta do Direito à Cidade com tantas informações cruciais para podermos enxergar a urbe com outro olhar. Foi a partir de indicações de Leo que iniciei os primeiros contatos para as entrevistas que nortearam o caminho desta exposição. Visionário que era, Leo era radicalmente contra a construção da Via Mangue, pois sabia das tensões especulativas que iriam se intensificar para as comunidades que se situam próximas ao Shopping Rio Mar, no Pina. Lembro, também, de um momento muito particular do passado que inspira as reflexões dos caminhos desta exposição. Foi quando em meados de 2012, acredito, ele chamou a mim e a outros membros do grupo Direitos Urbanos para irmos a uma palestra em que estava Maurício Pina, engenheiro civil especializado em mobilidade urbana. Uma passagem da fala de Maurício Pina ficou gravada na minha mente desde então. Ele foi um dos responsáveis pela criação da Avenida Domingos Ferreira na década de 70. Ao terminar a obra, um urbanista estrangeiro que estava na equipe – não me lembro mais se de Amsterdã ou Copenhague – sugeriu a criação de um corredor de ônibus. Ele respondeu que não, que a região estava começando a se urbanizar, que deveriam deixar o bairro crescer para depois pensar nessa possibilidade. No final da explanação daquele dia, ele se mostrava arrependido por não ter seguido o conselho do estrangeiro frente ao mar de carros que se transformou a Zona Sul. Aliás, foi essa justificativa da construção da Via Mangue: jogar os carros para via expressa para abrir um mísero – em termos de investimento – corredor de ônibus. Não será surpresa se uma outra via expressa cortar ao meio o manguezal. Leonardo Cisneiros, presente!
– À Teresa Oliveira por ter me incentivado e me ajudado em conversas, trocas de impressões e conselhos com relação a diversos aspectos da exposição. Foi a ela que recorri em momentos de aflição por conta de questões tão espinhosas que envolvem o tema. Aliás, obrigado, Tê, por estar comigo atravessando juntos um mar tão revolto quanto esse. Tudo isso a de passar, tenho certeza.
– A Marcus e Andrea Soares, meus irmãos. O primeiro por ter me incentivado o gosto pela fotografia. Andrea por ter me ensinado a acreditar nos meus projetos. Ter irmãos como vocês faz a diferença.
– À minha mãe, Maria de Lourdes, que se estivesse lúcida, sentiria orgulho de ver a exposição do seu filho. E a meu pai, seu Deo (in memoriam), que sempre sonhou a vida inteira em cruzar a América Latina de carro. Adorava uma estrada, o velho.
– A Thelmo Cristovam por ter topado seguir neste projeto de exposição e por entender sua importância. Por ter também me incentivado a trabalhar os sons nas escutas, nas edições e até no desenho sonoro dos vídeos, como faz um professor com seu aluno. Aliás, aconselho a todos que tenham interesse em trabalhar com escuta sonora a fazer a sua oficina “Ambiente Sonoros Imersivos”. Vale demais.
– A todos que fazem a Caranguejo Uçá. Uma ilha de excelência em comunicação e vídeo em prol da defesa do meio ambiente e da Comunidade Ilha de Deus. Se não contasse com a ajuda de Edson Fly desde o começo, jamais conseguiria chegar a cada ribeira quebrada da UCN Parque dos Manguezais, além das informações valiosas que me passou de quem teve uma vida inteira como ribeirinho. A Zé Carlos, barqueiro de primeira, seja no remo, no motor, como salva-vidas e na caça de caranguejos. Esse é malungo! E a Hamilton Tenório, que além de músico, se garante muito no drone. Se não fosse a Caranguejo Uçá, não teria alcançado voos mais altos. Salve!
– À COM – Acessibilidade Comunicacional, na pessoa de Liliana Tavares, que topou apoiar este projeto mesmo com orçamento reduzido. Agradeço sua narração poética sobre as imagens. Acredito que tanto pessoas com deficiência como o restante dos espectadores ficarão fascinados com suas descrições. Obrigado!
– À Nossa Consultoria em Comunicação, especialmente na pessoa de Jota Bosco, que teve paciência em explicar os meandros das redes na forma prática e a me oferecer as possibilidades para fazer um site satisfatório para esta exposição. Obrigado, Bosco!
– À Eugênia Bezerra que está gerenciando toda a parte da comunicação, separando os sites de interesse para a exposição e me ajudando a operá-la nas redes sociais.
– Aos entrevistados que me ajudaram a aprofundar melhor o tema: Roberto Arrais, ex-secretário do meio ambiente da Prefeitura do Recife; Clemente Coelho, professor da UPE na área de biologia, especialista e militante na causa dos manguezais; Vitor Araripe, membro da Cooperativa Arquitetura, Urbanismo e Sociedade (CAUS) e ativista do Direito à Cidade; Alexandre Ramos, membro do Conselho da Associação Águas do Nordeste.
– À Ana Rúbia Ferraz Mendes, autora da dissertação “URBANISMO NEOLIBERAL PERIFÉRICO: REFLEXÕES SOBRE AS TRANSFORMAÇÕES URBANAS NO BAIRRO DO PINA, RECIFE (PE), junto a UFPE. Foi aqui onde consegui ter uma visão mais clara sobre as questões do território abordado. A dissertação é rica no apanhado histórico sobre o tipo de desenvolvimento que vem sendo realizado no Pina e faz um mapeamento dos movimentos especulatórios e as tensões que devem prevalecer na região nos próximos anos. Quem tiver interesse, recomendo dar uma busca no repositório da UFPE.
– Aos fotógrafos Eduardo Queiroga – sua tese de doutorado “DA ASSINATURA À POSTURA: A CONSTRUÇÃO DA AUTORIA NA FOTOGRAFIA DOCUMENTAL”, também desenvolvida na UFPE, me abriu caminhos; José Afonso Silva que me recebeu como aluno visitante na disciplina eletiva “Câmeras Biopolíticas” no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE e me passou conhecimentos importantíssimos para entender a ruptura comunicacional e de ultravigilância que estamos vivendo no universo das imagens; Ana Lira por ter me aberto os olhos para sair da redoma objetiva e criar um projeto de fotografia ensaístico na oficina “Jornada Pessoal”.
– A Vinicius Prates que escreveu o livro “Um Mapa da Ideologia no Antropoceno”, publicação de iniciação aos discursos do ambientalismo, de suma importância para entender que o século XX passou e que estamos na era do Antropoceno. Obrigado, Vini.